domingo, 29 de setembro de 2013

Visitando a Vila canária em 28 / 09 / 2013 .

Fig 1 - Fachada externa . Entrada .

VILA CANÁRIA

Bucólica, com muitas fazendas, bicas de águas cristalinas, matas e pássaros. Assim era o bairro de Vila Canária quando surgiu por volta da década de 70. Antônio Carlos de Andrade Moura, morador do bairro há 28 anos e vice-presidente da Associação da Comunidade de Vila Canária (Acovica), conta como em seu nome o bairro carrega também sua memória poética: “Segundo falam, o nome Vila Canária surgiu por que aqui, como era uma mata, tinham muitos canários”. Nessa época o bairro não tinha água, luz, estrada e nem transporte. O bairro tem seus limites territoriais com Castelo Branco, Pau da Lima e Sete de Abril, sendo entrecortado sutilmente pelo rio Ypiranga. Antigamente, Vila Canária era considerada loteamento Pau da Lima e hoje ainda é um bairro pouco conhecido. Os moradores lembram que nas antigas contas de luz o endereço não vinha constando o nome do bairro.
  Depoimentos “Há mais ou menos 40 anos, a Fazenda Canária transformou-se em um loteamento, de onde nasceu a Vila Canária. No início, a população não tinha nem água, nem energia elétrica e o mato era só tiririca. Havia duas bicas de água cristalina na parte baixa, uma na direção do bairro Sete de Abril, que parecia uma cachoeira, e outra no bairro de Pirajá. Havia ainda uma terceira numa área pequena que parecia um descampado. Mas logo a população descobriu a ventosa da Embasa próximo à minha casa e decidiu pegar água dessa tubulação. A empresa veio aqui em Vila Canária e montou um chafariz”.

Valdemiro Rodrigues de Cerqueira, o Miro da rádio comunitária do bairro de Vila Canária

Depoimentos de moradores - Fonte ( Fundação Gregório de Matos ) .

“Moro em Vila Canária desde 1976. Desse lado só tinha mato e o bairro só existia do largo para lá. A gente descia perto de Sete de abril para pegar água na cabeça, e depois de alguns anos colocaram um chafariz. Essa fonte era muito boa, mas hoje foi aterrada.
Não tinha ônibus, a gente descia no inicio de Pau da Lima. O acesso para Castelo Branco praticamente não existia e a gente ia estudar lá. Eram só uns caminhos.
Não tinha nenhuma igreja por aqui. A gente começou com a igreja católica a partir de um terreno doado por Seu Elias. Começamos com um grupo de jovens que fazia alguns eventos para arrecadar dinheiro para construir.
Associação só tinha uma, a de seu João, lá embaixo. Só ele era quem comandava. Depois surgiu essa outra aqui em cima, mas foi começada por nós aqui da igreja. A Acovica tem feito alguma coisa pelo bairro.
Aqui tem vários grupos de música. A música contagia e a juventude se identifica mais. Aqui o que mais cresceu foi a música.
A igreja tinha as pastorais e no início a gente conseguia muito dinheiro com o teatro. Eu participava ativamente do teatro e foi muito boa essa época. As peças retratavam as situações da vida.
Hoje, eu ouço as pessoas falando mal do bairro. Antes quando não tinha muita gente era tão tranqüilo... Hoje as pessoas não respeitam o outro, o bairro cresceu muito, os políticos vêm, mas ninguém acredita mais...”.

Maria Rosa da Silva Barreto, cabeleireira, diretora social da Acovica.

Estadio " Deputado Galdino Leite " .

Emocionante poder pisar na Vila Canária , a princípio o visitante pode pensar em um " vale dos ossos secos " , porém com um olhar cauteloso pode observar que depois de um longo período de seca , começa a " florescer " algo naquele espaço monumental , dessa que é uma das regiões mais pobres de Salvador . Falo do projeto canarinho . Uma quadra de poliesportiva foi erguida para o ensino e prática do esporte das crianças carentes da região .
Fig 2 - Placa do projeto na Vila .
Fig 3 - Quadra do projeto , recentemente reformada .

A estrutura da Vila Canária conta , além do estádio , com piscinas , bar , quadra do projeto canarinho , a maior parte da estrutura esta deteriorada , porém tenho esperança que toda esta estrutura um dia esteja recuperada , para ajudar não só ao clube de futebol , mas a toda esta população pobre da vizinhança !
Fig 4 - Este blogueiro amador se diverte com as inscrições das ruínas da arquibancada .
Fig 5 - A estrutura deteriorada da área das piscinas aguarda reforma .
Fig 6 - Azulejo personalizado da piscina . Resquício da época de glória deste que já foi o clube de futebol mais popular da Bahia . Ainda com a grafia antiga " S " no lugar de " E " .
Fig 7 - Estádio . Estado precário da arquibancada e gramado inexistente .
Fig 8 - Estado atual da arquibancada .

Fig 9 -Fachada com data de fundação do clube .
Fig 10 - O mais querido do Brasil ? Será ?
Fig 11 - O que resta do estádio .
Fig 12 - A vizinhança do estádio .